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Mostrando postagens de maio, 2010

A insistência da demagogia do governo brasileiro em Teerã

Não são poucas as matérias, na imprensa nacional e internacional, que tratam de apontar para suposto isolamento do governo brasileiro na discussão sobre sanções contra o país dirigido por Mahmud Ahmadinejad. Mesmo setores progressistas torcem o nariz com a insistência do presidente Lula em defender uma saída negociada com os iranianos. Afinal, não se pode afirmar que o regime dos aiatolás corresponda aos paradigmas democráticos, humanistas e laicos que fazem parte dos valores de esquerda. O governo brasileiro entrou nessa história com uma linguagem velha, com aspirações “subimperialistas”, tentando se colocar como o principal ator desta empreitada global, que se encontra no pólo oposto aos EUA, condição que, por razões ou geopolíticas ou comerciais, Rússia, China ou os Estados Europeus rejeitam. Mas o Brasil do presidente Lula, pelo visto, acha este é o tempo de tomar o seu espaço no cenário mundial . Daí essa insistência, em se opor às sanções. Não bastando se opor as sanções

A ineficiência de diplomacia Brasileira

Neste fim de fevereiro deste ano, a Suprema Corte da Colômbia fez exatamente o que fez em março de 2009 a Suprema Corte de Honduras: vetou a realização de um plebiscito cujo resultado poderia permitir a candidatura do presidente da República a outro mandato. Nos dois casos, a decisão ─ corretíssima ─ foi anunciada com a campanha pela sucessão em andamento. O colombiano Álvaro Uribe ─ que ficaria ainda melhor no retrato se nem tivesse pensado numa segunda reeleição ─ reagiu como deve reagir um democrata: “Aceito e acato a sentença da Suprema Corte”, resumiu. A disputa presidencial seguirá seu curso sem sobressaltos. Como um caudilho aprendiz, o hondurenho Manuel Zelaya ignorou o veto do Poder Judiciário, continuou tramando o golpe, acabou deposto por crimes contra a Constituição e foi expulso do país. Nos meses seguintes, fez o que pôde para que o processo eleitoral naufragasse. Segundo o advogado German Leitzelar a controvérsia criada pela expulsão de Manuel Zelaya do poder, no dia 28

ÉTICA NA POLÍTICA

Até que ponto a política é compatível com a ética? A política pode ser eficiente se incorporar a ética? Não seria puro moralismo exigir que a política considere os valores éticos? Quando se trata da relação entre ética e política não há respostas fáceis. Há mesmo quem considere que esta é uma falsa questão, em outras palavras, ética e política são como a água e óleo: não se misturam. Quem pensa assim, adota uma postura que nega qualquer vínculo da política com a moral: os fins justificam os meios. O ‘realismo político’, ou seja, a busca de resultados a qualquer preço, subtrai os atos políticos à qualquer avaliação moral, entendendo esta, como restrita à vida privada, dissociando o indivíduo do coletivo. Esta concepção sobre a relação ética e política desconsidera que a moral também é um fator social e como tal não pode se restringir ao santuário da consciência dos indivíduos. Embora a moral se manifeste pelo comportamento do indivíduo, ela expressa uma exigência da sociedade (um exempl